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Tertúlia Acadêmica de maio traz Aspectos Históricos da Cirurgia Pediátrica

14.05.2025 | Acadêmicos, Tertúlias

Na última quarta-feira, 14 de maio, a Academia de Medicina de São Paulo (AMSP) realizou mais uma edição da Tertúlia Acadêmica. O evento, realizado na sede da Associação Paulista de Medicina, contou com palestra do Acadêmico José Roberto Baratella sobre “Aspectos Históricos da Cirurgia Pediátrica” e teve a participação do presidente da APM, Antonio José Gonçalves, prestigiando a apresentação.

O presidente da AMSP, Helio Begliomini, expôs o currículo de Baratella, que é graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e especializado em Cirurgia Pediátrica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), além de ter atuado como professor titular na Universidade Santo Amaro (Unisa) e ter presidido uma série de entidades médicas – entre elas, a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica e a própria Academia.

“Eu tive o privilégio de atuar com o nosso querido Baratella em, pelo menos, quatro Diretorias aqui da nossa Academia. São momentos inesquecíveis para mim. É com muita alegria e com muito orgulho que eu faço essas pequenas palavras para dizer o quão grande você é como profissional e no associativismo médico”, descreveu.

Contexto histórico

Os primeiros indícios da Cirurgia Pediátrica foram identificados no sítio arqueológico de Saqqara, no Egito, aproximadamente 24 séculos antes de Cristo. Na Idade Médica, o cirurgião cordobês Abulcasis também teve muita relevância por ter descrito uma série de procedimentos cirúrgicos – inclusive em crianças –, com ensinamentos que permaneceram até o Renascimento.

No decorrer da história, diversos médicos contribuíram para a evolução da Cirurgia Pediátrica, como o suíço Johannes Fatio, responsável por realizar a primeira cirurgia bem-sucedida de gêmeos siameses, e o francês Nicolas Andry de Bois-Regard, considerado o pai da Ortopedia – destacando que ambas as especialidades sempre estiveram relacionadas.  

Além dos profissionais que contribuíram para o desenvolvimento da área, também se destacam instituições de renome, como o Hospital Spedale degli Innocenti, em Florença – que atuava mais como um orfanato –; o Hospital des Enfants Malades, em Paris; e o Hospital for Sick Children, em Londres. “Estes dois hospitais, de Paris e de Londres, existem até hoje e são dois grandes centros de disseminação de conhecimentos pediátricos.”

Segundo o especialista, os conceitos de anestesia geral, antissepsia, o surgimento da primeira incubadora e a residência médica foram iniciativas que impactaram a Medicina como um todo, mas especialmente a Cirurgia Pediátrica. Outras ações que também tiveram destaque foi o aparecimento de UTIs pediátricas, da cirurgia minimamente invasiva e fetal e do advento do suporte nutricional.

Brasil

No Brasil, o primeiro serviço que se tem o nome de Cirurgia Pediátrica é a Cirurgia Infantil e Ortopédica da Santa Casa de São Paulo, de 1902, enquanto a primeira residência na especialidade foi no Hospital Darcy Vargas, em 1965.

“O primeiro relato de caso que tivemos foi sobre o desenvolvimento de um ânus artificial, na Santa Casa, publicado no Boletim da Sociedade de Cirurgia e Medicina de São Paulo, em abril de 1986”, relembrou.

Baratella salientou outros fatos notáveis que englobam o tema, como a primeira disciplina de Cirurgia Pediátrica, na PUC-Sorocaba, em 1956, e a Fundação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pediátrica, em 1964. Ao encerrar a apresentação, o palestrante recordou a trajetória profissional de personagens que contribuíram para a consolidação da área no País.

Texto: Comunicação – Associação Paulista de Medicina (Adaptado)

Fotos: Academia de Medicina de São Paulo – Direitos Autorais Reservados