Acadêmico Florisval Meinão representou o Brasil na 78ª Assembleia Mundial da Saúde

Na última segunda-feira, 19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou a 78ª edição da Assembleia Mundial da Saúde. O evento acontece na sede da OMS, em Genebra, na Suíça, e a programação vai até a próxima terça-feira, 27 de maio. O tema central deste ano é focado em “Um Mundo pela Saúde” e a conferência conta com a presença de líderes de estado, primeiros-ministros e importantes autoridades em Saúde, entre elas, o Acadêmico e diretor de Patrimônio e Finanças da Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão.
O médico participou da Assembleia como membro da comitiva brasileira do evento, acompanhando o presidente da FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz), Mario Moreira – no dia 25 deste mês, a entidade completa 125 anos e o fato teve amplo destaque na cerimônia de abertura.
No decorrer dos próximos dias, os participantes da Assembleia Mundial da Saúde irão discutir temas de importância global, como emergências sanitárias e preparação para possíveis novas pandemias. Neste sentido, Meinão relembra que a ocasião contou com um fato marcante. “A aprovação de um acordo global sobre a necessidade de os países se organizarem em ações multilaterais para o combate de novas pandemias.”
O acordo
A aprovação do acordo partiu de 124 países, após três anos de negociações e ampla discussão sobre o tema. Florisval Meinão relembra que durante a Covid-19, não havia um acordo global voltado ao enfrentamento de pandemias, o que culminou em muitas mortes – algo que poderia ser evitado se houvesse esse compromisso entre os países.
“Isso é considerado um fato histórico. Esse acordo prevê transferência de tecnologia, de medicamentos, de vacinas e de conhecimento científico sobre novos patógenos. Introduz mecanismos de segurança para os profissionais de Saúde, enfim, é um acordo muito importante, que prevê, basicamente, que os países, em futuras pandemias, possam atuar de forma organizada e minimizar os efeitos”, explica o diretor da APM.
Diante de um momento conturbado, após a saída dos Estados Unidos da OMS e o consequente corte no financiamento da Organização, o diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom, reforça que o acontecimento é uma vitória global. “O acordo é uma vitória para a saúde pública, Ciência e ação multilateral. Ele garantirá que, coletivamente, possamos proteger melhor o mundo contra futuras ameaças pandêmicas.”
Atividades paralelas
Além da Assembleia Mundial da Saúde, também estão sendo realizados eventos paralelos e complementares, entre eles, alguns organizados pelo governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde, pela própria FioCruz e pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde).
Segundo Meinão, durante o evento promovido pela OPAS foi discutida a necessidade dos territórios localizados nas Américas estarem organizados para fazerem frente contra as doenças típicas da região. “Falou-se muito em dengue, gripe aviária, febre amarela e malária. São doenças que transcendem fronteiras e acontecem em mais de um país ao mesmo tempo, fazendo com seja necessária uma melhor articulação voltada ao combate.”
Na mesma ocasião, também foi abordada a cooperação na transferência de conhecimento e tecnologia e no compartilhamento de vacinas, insumos e medicamentos. “De nada adianta um país combater a doença em seu território se no território vizinho não houver condições para isso. Então, a reunião da Organização Pan-Americana de Saúde teve este escopo.”
Entre as demais atividades, o diretor da Associação Paulista de Medicina participou do evento de preparação para a COP30, que acontece em novembro, em Belém do Pará. Ao lado de países que compõem o Grupo de Baku – responsável pela COP29, no Azerbaijão –, foram discutidas questões votadas às alterações climáticas e o impacto delas na Saúde.
“Foi um evento técnico, em que se prepararam as pautas que serão abordadas durante a COP30. Uma das que mais chama a atenção é a questão de que a sociedade não está devidamente informada e motivada para enfrentar esta grave questão. Admite-se que as consequências das alterações climáticas, neste momento, já são responsáveis por muitas doenças e mortes e a população não consegue ter um perfeito entendimento sobre a gravidade da situação. Esta será uma das pautas do COP30, tentar, de certa forma, motivar a sociedade para combater as alterações climáticas, que, com toda certeza, são sinônimo de prejuízo à Saúde”, disse.
Importância da FioCruz
A participação da FioCruz na 78ª Assembleia Mundial de Saúde simboliza o início das comemorações dos 125 anos da entidade. Florisval Meinão relembra a importância que a fundação tem para a Saúde brasileira. “Ela é uma instituição que tem o orçamento muito advindo da venda de produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e que trabalha na produção de insumos, vacinas e medicamentos, além da formulação de pesquisas e formação de recursos humanos.”
O médico reforça que a retirada dos Estados Unidos do financiamento da Saúde teve um impacto mundial, com reflexos na FioCruz. “O entendimento é de que a pauta de costumes está substituindo a pauta científica e isso é muito prejudicial. De qualquer forma, a FioCruz comemora 125 anos e continua o seu trabalho de tal forma a atender às necessidades do SUS no Brasil.”
A cerimônia de comemoração do aniversário da FioCruz está prevista para acontecer nesta terça-feira, 20 de maio, durante mais um dia de ações da Assembleia Mundial da Saúde, e simboliza o comprometimento e seriedade da Saúde brasileira em prol da Ciência e da promoção de qualidade de vida.

Texto: Comunicação – Associação Paulista de Medicina (Adaptado)
Fotos: Divulgação