Antonio José Gonçalves

Antonio José Gonçalves nasceu em 2 de fevereiro de 1952, na cidade de São Paulo – SP. É filho de Fausto Gonçalves e Yolete dos Prazeres Matos Gonçalves. Tem união estável com Solange Marsura, querida companheira de todas as horas. De seu primeiro casamento com Maria Josefa Penón Rujula tiveram quatro maravilhosos filhos – Ana Lúcia, Marina, Cristina e Ricardo. Solange tem um filho, seu querido enteado, Caio. Seus filhos lhe deram seis amadas netas – Manuela e Maria (filhas da Ana Lúcia); Mirela, Paola, Isabela e Gabriela (filhas do Ricardo).
Sua vida profissional médica e acadêmica foi construída na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), onde ingressou no ano de 1970. Graduou-se em 1975 e fez residência em cirurgia geral durante três anos (1976 a 1978). Em 1979 recebeu o título de professor instrutor da FCMSCSP, sendo contratado pelo Hospital de Cotia (um hospital de nível secundário) e com plantões no pronto-socorro (PS) da Santa Casa de São Paulo aos sábados. De segunda a sexta trabalhava e ensinava em período integral em Cotia, como cirurgião geral e instrutor de cirurgia, num programa pioneiro de Medicina Geral e Comunitária (programa precursor da Residência em Medicina de Família e Comunidade). Após sete anos retornou à Santa Casa, continuando no PS, porém, contratado no Departamento de Cirurgia, no grupo de vias biliares e pâncreas e, posteriormente, no grupo de estômago, duodeno e tireoide, chefiado pelo professor Fares Rahal[2]. Defendeu o mestrado acadêmico na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, em cirurgia geral, com o tema “Ileostomias na Cirurgia de Urgência”, orientado por Emilio Athié[3], em 1985.
Em 1991, Antonio José Gonçalves foi convidado a estruturar uma nova disciplina no Hospital Central e na Faculdade – a disciplina de cirurgia de cabeça e pescoço. Fez isso com a ajuda de muitas pessoas de dentro e fora da Santa Casa de São Paulo, das quais destaca os professores Anísio Costa Toledo[4] e Mario Roberto de Araujo Coriolano, oriundos da Universidade de São Paulo, a quem deveu seus conhecimentos iniciais nessa complexa especialidade médica, e ao seu grande “guru”, professor Fares Rahal.
Antonio José Gonçalves defendeu o doutorado em 1994, também na Santa Casa, com o tema “Ferimentos Cervicais Penetrantes – Cirurgia Imediata ou Observação Armada?”. Esse doutorado juntou três de suas grandes paixões na medicina – a cirurgia geral, a emergência e a cirurgia de cabeça e pescoço. Depois disso assumiu em 1995, a chefia do grupo de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de São Paulo, tendo permanecido até 2023. Criou o grupo assistencial no Hospital, a disciplina na faculdade e, em 1997, obtive o credenciamento da residência médica na especialidade, com duas vagas anuais pelo MEC[5]. Nesses 30 anos formou mais de 50 médicos residentes espalhados por todo o território nacional.
Antonio José Gonçalves fez estágios internacionais nessa especialidade no Memorial Sloan Kettering Cancer Center e no MD Anderson Cancer Center, nos Estados Unidos da América.
Obteve o título de livre-docente de cirurgia em 2010 e, em 2011, o de professor titular de cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Num breve resumo curricular ressaltam-se as seguintes atividades: orientação de 29 PIBICs[6] para os alunos de graduação; orientação de 25 dissertações de mestrado acadêmico e de seis de doutorado; participação no julgamento de 42 bancas de mestrado e 18 de doutorado, bem como de 11 concursos para titulação de docente. Foi membro de 32 bancas de concurso para residentes, especializandos e estagiários. Participou de 479 eventos e congressos científicos e organizou 37 congressos e eventos científicos. Publicou 73 artigos em revistas nacionais e internacionais e 95 artigos em anais de congressos e eventos científicos. Escreveu dois livros e participou da elaboração de 28 capítulos de livros, além de seis participações em conselhos editoriais e fundações de pesquisa.
No serviço público, Antonio José Gonçalves teve importante atuação, sendo chefe do PS Municipal do Mandaqui e, posteriormente, – após cinco anos – foi transferido para planejar e implantar o SAMU[7], tanto no município como no Estado de São Paulo, neste último, em parceria com o Corpo de Bombeiros. Fundou a Rede Nacional de Emergências e ajudou a implantar o SAMU, praticamente em todo o território nacional, desde o projeto de ambulâncias para o pré-hospitalar como início de organização do sistema hospitalar de referência e contra referência. Isto nas décadas de 1980 e 1990.
Além disso, fez estágios internacionais nessa área no Toronto Metropolitan Ambulance Service, no Canadá, e no SAMU de Paris, França, o que muito ajudou a desenhar um modelo de SAMU que mais se adaptasse ao Brasil, e que perdura até hoje e é essencial ao SUS – Sistema Único de Saúde.
Com referência às atividades associativas, Antonio José Gonçalves teve participação nas diretorias do Capítulo de São Paulo e no Diretório Nacional do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, onde, no início deste ano (2025), foi elevado à condição de membro emérito. Na Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço teve a honra de presidir de 2019 a 2021.
Desde 1995 tem tido imensa atividade na Associação Paulista de Medicina, presidindo-a neste mandato, de novembro 2023 a novembro 2026; e, na Associação Médica Brasileira, como secretário geral, de janeiro 2021 a dezembro de 2023.
Este ano de 2025 teve a honra de concorrer e ser eleito membro titular da egrégia Academia de Medicina de São Paulo. Essa honraria é uma das mais importantes que amealhou em sua trajetória de vida. Assim se expressou neste particular: “Sinto-me honrado e preparado para assumir esta cadeira – a de numero de 114 – que tem como patrono Eurico Branco Ribeiro[8] e como meus antecessores Nelson Colleoni, admitido em 8/8/1986 e depois emérito, e Manlio Basílio Speranzini, seu segundo ocupante. Espero ter ao menos o mesmo desempenho destes nossos diletos antecessores e tudo farei para honrar o título obtido de acadêmico e imortal, bem como dignificar nossos confrades e nossa egrégia Academia de Medicina de São Paulo”.
[1] Nótulas: A biografia foi fornecida pelo autor e a foto foi tirada no dia da posse.
A. Pequenas adaptações do texto ao perfil desta secção, bem como as notas de rodapé foram feitas pelo acadêmico Helio Begliomini, emérito da cadeira no 21 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Benedicto Augusto de Freitas Montenegro (1888-1979).
B. A solenidade de posse ocorreu em sessão de gala no auditório Professor Doutor Adib Domingos Jatene da Associação Paulista de Medicina.
[2] Fares Rahal (1930-2016) foi membro titular e emérito da Academia de Medicina de São Paulo, ingressando nesse sodalício em 19/2/1964.
[3] Emílio Athié (1918-2006) foi membro titular e emérito da Academia de Medicina de São Paulo, ingressando nesse sodalício em 16/11/1959.
[4] Anísio Costa Toledo (1914-2000) foi membro titular e emérito da Academia de Medicina de São Paulo, ingressando nesse sodalício em 5/10/1955. É honrado post-mortem como patrono da cadeira no 88 augusta da Academia de Medicina de São Paulo.
[5] MEC: Ministério da Educação.
[6] PIBIC: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica.
[7] SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
[8] Eurico Branco Ribeiro (1902-1978) foi membro titular e emérito da Sociedade de Medicina de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, ingressando nesse sodalício em 1/10/1934. Ademais, presidiu essa entidade num mandato anual entre 1954-1955, ocorrendo no início de seu mandato, em 7 de março de 1954, a mudança do nome da entidade.
