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Coluna do livro

19.05.2014 | Gerais

O Medico do Povo  

O Medico do Povo é um livro clássico da homeopatia, de Benoit Mure. Originalmente escrito em francês e traduzido para o português, por Joaquim José da Silva Pinto. A edição que ora se comenta é a de 1858. Os colecionadores de livros, normalmente, preferem as primeiras edições, mas esta, a segunda, vem aumentada “com guia medico-cirurgico da homoeopathia domestica”, coligida por J. H. Proença, o que é um acréscimo de qualidade. 

O autor do livro, Benoit Mure, também conhecido como Bento Mure, é o pioneiro da homeopatia no Brasil. Nascido em 1809, na França, em 1833 foi acometido de tuberculose e curado por um discípulo de Samuel Hahnemann, com quem teve contato em Paris. Em 1840, decidiu vir ao Brasil, em catequese das teses que esposava. Em 1843, fundou o Instituto Homoeopathico do Brasil, presidindo-o até 1848. Sua conduta rendeu-lhe polêmicas e desafetos, foi acusado de charlatanismo pela Academia Imperial de Medicina, hoje Academia Nacional de Medicina. Em 1848, regressou à Europa e faleceu em 1858. O Instituto Homoeopathico do Brasil passou a chamar-se Instituto Hahnemanniano Fluminense (1878) e, dois anos depois, Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB). Décadas mais tarde, mais precisamente em 1918, o IHB foi autorizado a diplomar médicos e farmacêuticos homeopatas; mas, em 1932, recebeu duro golpe do Conselho de Educação, que determinou facultativo o estudo da homeopatia. Em 24 de novembro de 1972, nasceu a Associação Médica Homeopática Brasileira; no ano seguinte, é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina; em 1990, a Associação Médica Brasileira oficialmente a faz entrar nas Especialidades Médicas. 

O livro tem 469 páginas, mais 29 inumeradas, com bela gravura que “representa o corpo humano e quasi todos os seus orgãos, para que as pessoas não profissionaes possão conservar melhor idéa da anatomia”. Encadernado e aparado, circa 1980, provavelmente adquirido no sebo de Folco Masucci.

Guido Arturo Palomba
Em homenagem a Paulo Rosenbaum, homeopata e grande alfarrabista, e a Ruy Tanigawa, homeopata e querido Diretor da APM.
Observação: todos os livros comentados aqui pertencem à Biblioteca da APM.
Aos que desejarem doar livros para esta coluna, fazer contato com Isabel, Biblioteca.