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Biografia

Antonio de Paula Santos

Diplomou-se na cidade do Rio de Janeiro em 1915, pela Faculdade Nacional de Medicina. Por ocasião da fundação da Faculdade de Medicina de São Paulo foi contratado para lecionar fisiologia e patologia geral. Em 1928 transferiu-se para a cátedra de otorrinolaringologia, anteriormente ocupada pelo professor Henrique Lindenberg, operoso e eficiente, fez de seu serviço, por muitos anos, a referência paulista de sua especialidade. 

Paula Santos era um homem simples e foi excelente professor. Exato no cumprimento do dever, diligente e pontual em suas funções, identificava-se com a vida da Faculdade de Medicina de São Paulo e da Santa Casa de Misericórdia. Aí, no antigo Pavilhão de Radioterapia, ministrava suas aulas. Nesse mesmo hospital, no Pavilhão Conde Lara, funcionava simultaneamente outro serviço de otorrinolaringologia que era dirigido pelo dr. Ottoni de Rezende, igualmente mestre dos mais renomados na especialidade.

Paula Souza era amigo do professor Ovídio Pires de Campos. Várias vezes pela manhã encontrava-se com ele para uma conversa sobre problemas políticos, bem como os relacionados à vida da faculdade. Um dos assistentes mais diletos de Paula Santos, Raphael da Nova, o sucederia em sua cátedra. Aluno e admirador do professor Paula Santos, muito apreciava suas aulas que eram simples e objetivas, almejando ensinar o essencial e tendo como referência os futuros médicos que iriam para o interior exercer a clínica geral. Disso também testemunhou seu aluno e biógrafo, Carlos da Silva Lacaz, que de tão práticas que eram suas apresentações, as conservou por muitos e muitos anos. 

Paula Santos dizia que os especialistas se formavam posteriormente; entretanto, não deixou substancial produção científica. Tinha grande clínica na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio.

Carlos da Silva Lacaz, assim descreveu a personalidade e o temperamento de Paula Santos: “Era um dos espíritos mais nobre que conheci em minha vida de estudante; dominava o equilíbrio e uma grande capacidade interior de contenção. Foi uma personalidade à parte na sua classe e um expoente em nossa comunidade. O berço deu-lhe a pureza dos sentimentos; a vida, o entendimento irrestrito das vaidades e aspirações alheias; a medicina científica, a objetividade, a tolerância na aferição dos atos humanos e a medida na exteriorização do pensamento. Nada impunha; nunca opinava onde não era chamado; nunca aparecia onde sua presença não fosse reclamada”. 

“Muito afetuoso no trato pessoal; extremamente sensível à amizade; brioso de temperamento; paulista à moda antiga, sempre com um cigarro à sua boca, revivia o professor Paula Santos atavicamente, na cadência descansada da pronúncia, no sentimento extremo da honra, até no físico, as características dos paulistas de outrora.”

Antonio de Paula Santos faleceu na cidade de São Paulo, aos 75 anos, em 8 de outubro de 1967. Seu nome é honrado como patrono da cadeira no 59 da augusta Academia de Medicina de São Paulo; dá nome a uma rua na cidade de São Paulo e a uma avenida na cidade de Sorocaba (SP). 

NOTAS:

Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.