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Biografia

Armando de Aguiar Pupo

Armando de Aguiar Pupo nasceu em 7 de dezembro de 1934, na cidade de São Paulo. Era filho de José de Aguiar Pupo e de Jenny de Aguiar Pupo.

Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1958 (Figuras 1 e 2). Dedicou-se à carreira universitária nessa mesma instituição de ensino, na área de endocrinologia, destacando-se no ensino tanto na área de graduação, quanto na de pós-graduação por sua grande contribuição científica, capacidade administrativa e atuação associativista. Participou de muitos congressos e publicou diversos trabalhos em revistas nacionais e internacionais, projetando a endocrinologia brasileira.

Foi diretor do Laboratório de Investigação Médica, também denominado de Laboratório de Carboidratos e Radioimunoensaios, tendo como auxiliares Mileni Ursich e Dalva Marreiro Rocha. Esse fecundo laboratório tornou-se o pioneiro, na década de 1970, na implantação de testes de radioimunoensaios de hormônios, bem como na purificação do hormônio do crescimento extraído de hipófises coletas post-mortem, além de atuar na pesquisa básica em diabetes mellitus.

Armando de Aguiar Pupo foi o sétimo editor da revista “Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia” (ABE&M, 1978-1982), hoje, denominada por Brazilian Archives of Endocrinology and Metabolism, órgão científico oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Sua notável atuação reativou esse importante veículo brasileiro de fomento e de divulgação científica na especialidade, uma vez que, à época em que assumiu sua direção, estava há seis anos sem ser produzido.

Armando de Aguiar Pupo, formando pela FMUSP, em 1958, à esquerda, e, à direita, enquanto um jovem médico.

Armando de Aguiar Pupo foi também professor titular de endocrinologia nos anos iniciais (1969-1974) da Faculdade de Medicina de Jundiaí; presidiu a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional de São Paulo (1974-1976); e foi um dos fundadores, na cidade do Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1970, da Sociedade Brasileira Diabetes, tendo tido a honra de presidir essa instituição no biênio 1988-1989.

De acordo com Walter Bloise, que com ele conviveu muitos anos, refere que Armando Pupo foi “humano, pujante e afável”. Entretanto, a característica de sua personalidade que mais o definiria, segundo Bloise, foi, sem dúvida, sua “sinceridade”.

“Sinceridade de se revelar romântico no apego à Faculdade e às suas tradições, numa época de desprezo aos valores subjetivos, de amor à escola, aos mestres, aos amigos e a tantos outros bens abstratos que enriquecem as mentes privilegiadas. Sinceridade de ser simples tanto nos seus artigos como no diálogo do dia a dia, independentemente da categoria do interlocutor. Sinceridade de não se omitir ao abordar temas polêmicos ou de discordar da corporação dirigente ou da opinião mais em moda. Sinceridade na sua afeição aos amigos, ao seu time de futebol predileto, o seu querido São Paulo.

Sinceridade na sua dedicação às tarefas a que se propôs, entregando-se a elas de corpo e alma e da qual temos um exemplo, apenas para citar um, qual seja, a recuperação, ou melhor, a ressuscitação dos ‘Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia’.

Prefiro e quero guardar a imagem do Pupo amigo, humano, solidário, confiável, lutador, que, apesar de todos os seus infortúnios, conseguiu até o fim irradiar amor e otimismo em todas as áreas em que passou e onde deixou a sua marca indelével”.

Armando de Aguiar Pupo faleceu em 6 de abril de 1990, aos 55 anos de idade.

Seu nome é honrado como patrono da cadeira nº 130 da augusta Academia de Medicina de São Paulo, assim como dá nome ao Ambulatório de Especialidades da Prefeitura Municipal de São Paulo, situado no bairro de Tucuruvi.

NOTAS:

Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Os “Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia” foram lançados em 1951 pela iniciativa pioneira de Waldemar Berardinelli (RJ) e Thales Martins (RJ), que encabeçavam um grupo de notáveis personalidades científicas da época. Atuaram como editores de 1951 a 1955, seguindo-se outros expoentes da endocrinologia nacional: Clementino Fraga Filho (RJ, 1956-1963); Luiz Carlos Lobo (RJ, 1964-1966); Pedro Collett-Solberg (RJ, 1966-1968) e João Gabriel H. Cordeiro (RJ, 1969-1972). Nessa época, por diversas razões, houve interrupção durante seis anos consecutivos da circulação da revista, até que Armando de Aguiar Pupo tornou-se editor, assumindo o compromisso de resgatá-la e relançá-la. Em sua gestão (RJ, 1978-1982) foram publicados os volumes 22 a 25, contendo um número ainda pequeno de trabalhos. Entretanto, o reinício desse periódico, na ocasião, foi um marco de muitas esperanças a um futuro promissor, apesar das grandes dificuldades enfrentadas nesse desiderato pelo seu editor, Armando de Aguiar Pupo. A ele se seguiram outros editores que deram aprimoramento constante ao periódico: Antônio Roberto Chacra (SP, 1983-1990); Rui M. de Barros Maciel (SP, 1991-1994); Cláudio Elias Kater (SP, 1995-2006); e Edna T. Kimura (SP, 2007-2010).

Informação obtida no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.