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Biografia

Carlos Alberto Longui

Carlos Alberto Longui, neto de imigrantes espanhóis por parte da mãe (Cleide Mansano Longui) e de imigrantes italianos por parte do pai (Alberto Milton Longui), nasceu na cidade de São Paulo, em 16 de setembro de 1956. É casado com a médica Tatiane Sousa e Silva, possuidora de títulos de mestrado, doutorado e pós-doutorado também na área de endocrinologia pediátrica, o que sempre permitiu uma enriquecedora troca de experiências pessoais e profissionais. Este intenso convívio foi agraciado pela vinda da filha Helena Silva Longui em 2018, que trouxe uma nova dimensão ao convívio familiar.

Em uma época em que a alfabetização precoce não era uma rotina, ele, aos 5 anos, aprendeu datilografia, capacitação que muito o ajudou na obtenção do primeiro emprego, muito antes das máquinas elétricas ou dos computadores.  Também desde os 5 anos já tinha como objetivo ser médico. Realizou o grupo escolar, ano admissional e o ginasial nas escolas estaduais Domingos Faustino Sarmiento e Amadeu Amaral ambas no Belenzinho, à época, bairro tipicamente italiano, onde nasceu.

Cursou medicina na Universidade de Mogi das Cruzes (IX – Turma) entre os anos de 1976 e 1981. Nesta época teve seu primeiro mentor, o Dr Massaiuki Otsuki, professor de propedêutica, cirurgião geral com o qual conviveu durante os seis anos da faculdade. Aos sábados, acompanhava as consultas clínicas e as cirurgias em pacientes com hanseníase que viviam no hospital Santo Ângelo da cidade de Suzano, que foi um curso médico paralelo. Entre 1982 e 1984 realizou a residência médica em pediatria geral e de endocrinologia pediátrica nos hospitais Carmino Caracchio e Hospital Infantil Menino Jesus, vinculados à Prefeitura da Cidade de São Paulo. Nesse período teve como mentora

a professora Gilda D´Agostino Eugui, exemplo pessoal e profissional, formada por grandes professores como Juan Jorge Heinrich, Marco Rivarolla e Cesar Bergadá no Hospital de Niños Ricardo Gutierrez (Buenos Aires).

Em julho de 1985 ingressou na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), onde iniciou atividades docente, assistencial e de pesquisa na Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Departamento de Pediatria, criada com a atuação pioneira do acadêmico Osmar Monte[1] desde 1974. Em 1986 participou na estruturação da residência e especialização nessa área de atuação pediátrica, tendo até o momento colaborado na formação de 193 especialistas, hoje, presentes em diversos estados brasileiros. Atualmente é chefe de Clínica Adjunto e coordenador da Unidade de Endocrinologia Pediátrica da mesma instituição

Entre os anos de 1986 e 1993 realizou a pós-graduação em endocrinologia e metabologia, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no grupo dos professores Walter Bloise[2], Berenice Bilharinho de Mendonça e Ivo Jorge Prado Arhold, orientador de sua tese de doutoramento “Morfologia e Função Testicular em Crianças com Criptorquismo Menores de 4 Anos de Idade: Importância da Determinação Sérica de Inibina após Estímulo Gonadotrófico”.

Nos anos de 1997 e 1998 fez seu pós-doutorado no National Institute of Child Health and Human Development (NICHD) – National Institutes of Health (NIH), com área de concentração em endocrinologia molecular, no serviço do professor George Chrousos, tendo como foco de pesquisa os aspectos moleculares do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e sensibilidade aos glicocorticoides.

Ao retornar ao Brasil, em 1999, foi também contratado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e com apoio do projeto Jovem Investigador da Fapesp[3], estabeleceu o Laboratório de Medicina Molecular que, hoje, sob sua coordenação, é a base da disciplina de medicina molecular do Departamento de Ciências Fisiológicas. Na graduação do curso de medicina ministra aulas nas disciplinas de endocrinologia (4o ano, desde 1986) e medicina molecular (1o ano, desde 1999), uma disciplina pioneira da qual participou como fundador. Atua como orientador permanente do programa de pós-graduação senso estrito (1994-atual), sendo coordenador do grupo de pesquisa (CNPq[4] – Alterações Moleculares das Doenças Endócrinas, desde 1998). Suas atividades administrativas na pós-graduação (PG, 1994-atual) incluíram: coordenador do Programa Ciências da Saúde, vice coordenador e coordenador stricto sensu (atual).

Carlos Alberto Longui obteve, em 2000, o título de especialista em endocrinologia e metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); e, em 2001, o título de área de atuação em endocrinologia pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Durante sua vida acadêmica participou de publicações científicas: i) Livros como autor: “Endocrinologia para o Pediatra” (3 edições: 1992, 1998, 2006) e

Endocrinologia Pediátrica: Diagnóstico e Conduta Apresentados na Forma de Casos Clínicos” (1 edição: 2020); ii) Capítulos de Livros (68 capítulos); iii) Artigos Científicos PubMed: 104 artigos; Citações (Scopus Author ID:6603724746; 1848 citações; índice H: 20). Orientou 14 teses de doutorado, 29 dissertações de mestrado e 10 estudos de iniciação científica da graduação. Participou, até o momento, de 83 bancas examinadoras (mestrado: 36, doutorado: 42, professor titular: 3 e professor livre-docente: 2). Atua também como revisor de artigos em revistas científicas nacionais (Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia; e Jornal de Pediatria) e internacionais (Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, Hormone Research Pediatrics e Frontiers in Endocrinology).

Em seu histórico de vida acadêmica pode-se destacar a dedicação ao atendimento de crianças com alterações hormonais, bem como à pesquisa clínica e translacional, correlacionando os determinantes moleculares à causa, prognóstico e planejamento terapêutico das principais doenças endocrinopediátricas. Destaca-se ainda seu vínculo ao ensino do médico, abrangendo a graduação, pós-graduação lato sensu e a pós-graduação senso estrito.  Sua atuação administrativa incluiu coordenação de disciplina na FCMSCSP, coordenação de disciplina na residência médica, bem como coordenação de programa de PG e coordenador geral da PG.

No que tange à sua vida associativa, Carlos Alberto Longui é membro de sociedades nacionais (Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, nas quais exerceu funções como membro de diretoria e presidente do Departamento de Endocrinologia Pediátrica) e, internacionais, como a European Society for Paediatric Endocrinology e a Latin American Society for Pediatric Endocrinology, sendo que nesta foi sócio fundador desde 1986, e atuou como presidente de congresso (1998) e como presidente geral da Sociedade (2014-2016).

O trabalho acadêmico na Santa Casa, Irmandade e Faculdade, foi sempre desenvolvido em equipe, com o apoio constante do amigo e incentivador acadêmico Osmar Monte, bem como a colaboração com ex-residentes que se tornaram companheiros de grupo, os doutores Luís Eduardo Calliari, Mauro Borghi, Cristiane Kochi e Renata Maria de Noronha (in memoriam), assim como as assistentes mais novas, as doutoras Alexsandra Christianne Malaquias Ribeiro, Laura de Freitas Pires Cudizio e Aline Dantas Costa Riquetto.

Ao assumir a cadeira no 37 da egrégia Academia de Medicina de São Paulo, tendo como predecessores os notáveis médicos e professores Manoel Dias de Abreu (patrono), Jair Xavier Guimarães (1o ocupante), Jacques Crespin (2oocupante) e Luis Garcia Alonso (3o ocupante), Carlos Alberto Longui sentiu-se honrado por sua indicação para partilhar das tradições e do convívio de prestigiados acadêmicos. Compreendendo a responsabilidade que assumiu, se comprometeu a dignificar a Academia de Medicina de São Paulo com respeito, trabalho e dedicação.


Nótulas: A biografia e a foto foram fornecidas pelo autor.

A. Pequenas adaptações do texto ao perfil desta secção, bem como as notas de rodapé foram feitas pelo acadêmico Helio Begliomini, titular e emérito da cadeira no 21 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

B. A solenidade de posse ocorreu em sessão de gala no auditório nobre da Associação Paulista de Medicina.

Osmar Monte ingressou em 13/12/2022 na Academia de Medicina de São Paulo. É o segundo ocupante da cadeira no 22, que tem por patrono Adolpho Carlos Lindenberg (1872-1944).

Walter Bloise (1921-2022) ingressou na Academia de Medicina de São Paulo em 23/3/1983 e se tornou membro honorário desse sodalício.

Fapesp: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.