Biografia

José Osmar Medina de Abreu Pestana

José Osmar Medina de Abreu Pestana, mais conhecido por José Medina Pestana, MD, PhD, FRCS, nasceu em Ipaussu (SP). É filho de Osmar Pestana, pedreiro, e de Gilda Berton Pestana, costureira. É casado com Maria Amélia, dentista, com quem tem dois filhos: Mariana Pestana, administradora, mãe de Otávio e Francisco; e Roberto Pestana, médico oncologista do Hospital Albert Einstein, pai de Helena, sua terceira neta.

Graduou-se na Escola Paulista de Medicina, onde completou toda a sua formação acadêmica até a livre-docência, e se tornou professor titular de nefrologia, tendo como principal mentor o professor Oswaldo Luiz Ramos[2]. Antes de ingressar na medicina, trabalhou como torneiro mecânico entre os 15 e 18 anos, após concluir curso profissionalizante no Ginásio Industrial e Estadual de Ipaussu. Atualmente, é professor titular sênior de nefrologia na Universidade Federal de São Paulo. Entre 1993 e 1998 foi diretor clínico do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina, com 600 leitos ativos.

Há 27 anos dirige o Hospital do Rim, instituição responsável por mais de 21 mil transplantes renais, líder mundial nessa atividade. Durante toda a sua carreira, tem se dedicado intensamente à assistência, ao ensino, à pesquisa médica e às atividades de extensão.

Sua atuação em transplantes de órgãos começou logo após concluir a residência em clínica médica e nefrologia no Hospital São Paulo, com apoio da equipe do professor Emil Sabbaga[3] do Hospital das Clínicas de São Paulo. Realizou pós-doutorado em transplante clínico na Cleveland Clinic e em transplante experimental na Universidade de Oxford, sob orientação do professor Peter Morris, ocasião em que foi eleito membro honorário do Royal College of Surgeons da Inglaterra (FRCS). Foi ainda “Joseph Murray Visiting Professor”, na Harvard Medical School, em 2012, e “Alan Leitchman Visiting Professor”, na Universidade de Michigan, em 2024.

José Medina Pestana recebeu médicos para aprimoramento profissional de todos os estados brasileiros e de diversos países, especialmente da América Latina, Europa e África. Contribuiu para a criação de programas de transplante em vários estados brasileiros e em países como Peru, Nigéria e Etiópia, além de desenvolver propostas de cooperação em Ruanda, Zâmbia e Moçambique. Atua há mais de 20 anos em cargos diretivos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e, atualmente, integra o Conselho Consultivo da The Transplantation Society.

Na vida acadêmica, sempre deu especial atenção à tutoria de alunos de graduação, sobretudo aqueles admitidos pelo sistema de cotas, apoiando-os na definição de suas trajetórias profissionais. Orientou 63 alunos de mestrado e 20 de doutorado, entre eles o doutor Niels Olsen Saraiva Câmara, ex-pró-reitor adjunto de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo e assessor da Diretoria Científica da Fapesp[4].

Sua linha de pesquisa concentra-se em transplante renal, imunossupressão e doação de órgãos. Possui índice H de 46 e, até 2025, publicou 508 artigos científicos em periódicos internacionais. Entre os mais relevantes destacam-se: Organization of a High-Volume Kidney Transplant Program—The “Assembly Line” Approach (Transplantation, 2006) e Three Kidneys (New England Journal of Medicine, 2020).

Graças à sua capacidade de gestão e visão estratégica, José Medina Pestana recebeu diversos reconhecimentos por transformar o Hospital do Rim em exemplo de integração entre assistência médica de excelência, pesquisa científica e ensino de alta qualidade. Entre eles, destacam-se a coordenação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Paulista de Medicina por 16 anos e do Comitê de Contingência Covid-19[5] do Estado de São Paulo em 2021. Também integrou o Conselho Superior Estratégico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e é membro dos Conselhos Consultivos da Faculdade de Medicina da USP[6] e do Instituto do Coração.

Eleito em 2012, ocupa a cadeira no 50 da Academia Nacional de Medicina[7] e, recentemente, foi eleito para a cadeira no 58 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo primeiro ocupante foi o membro emérito doutor Marcello Marcondes Machado[8], pioneiro da nefrologia brasileira, e cujo patrono é o doutor Diogo Teixeira de Faria[9], médico e humanista da Santa Casa de São Paulo.

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[1] Nótulas: A biografia foi fornecida pelo autor e a foto foi tirada no dia da posse.

A. Pequenas adaptações do texto ao perfil desta secção, bem como as notas de rodapé foram feitas pelo acadêmico Helio Begliomini, emérito da cadeira no 21 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Benedicto Augusto de Freitas Montenegro (1888-1979).

B. A solenidade de posse ocorreu em sessão de gala no auditório Professor Doutor Adib Domingos Jatene da Associação Paulista de Medicina.

[2] Oswaldo Luiz Ramos (1928-1999) foi membro titular e emérito da Academia de Medicina de São Paulo, tendo ingressado nesse sodalício em 17/12/1994.

[3] Emil Sabbaga (1926-2016) foi membro titular e emérito da Academia de Medicina de São Paulo, tendo ingressado nesse sodalício em 26/4/1984. Foi o primeiro ocupante da cadeira no 50, tendo por patrono Jose Barros Magaldi (1913-1978).

[4] Fapesp: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

[5] Covid-19: Infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.

[6] USP: Universidade de São Paulo.

[7] A cadeira no 50 da Academia Nacional de Medicina tem por patrono Antônio Fernandes Figueira (1863-1928).

[8] Marcello Marcondes Machado (1933-2004) foi membro titular e emérito da Academia de Medicina de São Paulo, ingressando nesse sodalício em 4/4/1975.

[9] Diogo Teixeira de Faria (1867-1927) ingressou na Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, em 1/5/1895, tendo presidido esse sodalício num mandato anual entre 1904-1905.