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Biografia

Nobolo Mori

Nasci, em 6 de janeiro de 1925, no dia de Reis Magos, antes da estrela da manhã (Vênus) desaparecer no Céu da floresta Birigui, e agradeço ao Poder Central da Própria Vida de ter escolhido Tozuke e Kese, o ninho da minha Encarnação.

Como filho de primeiros imigrantes, desde cedo trabalhei na enxada. Como tinha que permanecer perto dos pais trabalhando, sem preocupação, sem medo, sentia-me feliz. No auge da curiosidade ficava o dia inteiro na escola japonesa, no estilo “escola maternal”, razão pela qual sou ruim em português até hoje. 

Apesar disso, em 1948, passei na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil e, em 1953, estava com o diploma. No Rio de Janeiro, a nossa primeira “república ” era feita por Enzo, Serra, Nelson, próxima ao Largo do Machado. Realmente era democrática. Meio século de formado?… Já? Hoje? (Não sabia que chegaria a ficar tão velho; se soubesse teria tratado melhor de mim – Eubie Blake). No entanto, eu penso que a idade, mais do que o tempo, é estado de espírito. 

Na faculdade estudávamos muito. Eu tive grandes encontros; colegas e professores que me ajudaram a me humanizar e prontos para amar a vida. Verdadeiros testes começaram ao enfrentar almas sofrendo consequências da Carma. Um deles para mim foi o Pronto-Socorro da Praça da República. Drama que fez até Buda refletir. No Pronto-Socorro dávamos plantão com Aloysio, Pachâ, Jaira, Percy e o carismático professor Pitanguy – mestre nato – instruía pela atitude mental, gesto, palavras e ações. É o Sócrates da vida. 

Com diploma na mão consegui algumas bolsas do governo e, nas horas de folga, aprendia cirurgia com o dr. Áudio Correa Leite. 

Após um ano e alguns meses resolvi me estabelecer em Mogi das Cruzes, uma vez que os meus pais residiam nessa cidade, com intuito de retribuir algo aos genitores. Ao chegar a Mogi das Cruzes fui convidado a exercer as funções de diretor clínico da Santa Casa local, onde, sob a direção do provedor Anésio Urbano, foi construído um novo prédio, atualmente funcionando Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes. 

Logo que cheguei a Mogi das Cruzes casei-me com a colega Mieko e, na data prevista, nasceu o primogênito Sidnei. Foi uma emoção mística e agradável, talvez a maior da minha vida. Após essa experiência continuei ajudando na medicina, fazendo incontáveis partos. Depois de dois anos, o segundo baby, Liliam, que veio alegrar o nosso lar. Formaram-se médicos; casaramse com médicos e nos deram quatro netos: César, Alexandre, Ângela e André. 

Em 1962, em decorrência de serviços prestados à Casa de Caridade (Santa Casa), foime outorgado o título de Cidadão Mogiano; e, em 1978, recebi a comenda do Mérito Cívico e Cultural. Em 1982 recebi a comenda no grau de Grão Mestre da Ordem do Ipiranga, outorgada pelo Governo do Estado de São Paulo. Em 1985 ingressei como membro titular de Academia de Medicina de São Paulo e, de 1989 a 1992, fui vice-prefeito do prefeito Waldemar Costa Filho. 

No dia 29 de abril de 2003 foi-me outorgado a comenda Ordem do Sol Nascente Ramos Dourados e Prateados do Governo do Japão. 

Em 1962 conheci o dr. Jaime Treiger, presidente do “A VAT AR”, que estuda sobre radicais livres, atualmente em preparo de reagente de Koch; ensinou-me a aprofundar nos processos da vida e me tornei vegetariano. 

Em 1972 fui convidado a presidir o Instituto de Moralogia do Brasil, onde até hoje exerço a função, pois acredito na Humanidade, e é através da Moral (ciência que ensina as regras que se deve seguir para praticar o bem e evitar o mal), que devemos escolher o tipo de Mundo em que queremos viver. Através dessa Ciência fiquei amigo de Sócrates, Buda, Confúcio e Cristo.

NOTAS: 

Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

República: habitação particular e coletiva de estudantes.

Buda do sânscrito – uma das mais antigas línguas clássicas da Índia da qual descendem várias línguas ou grupos de línguas – “Buddha”, cognome de Siddharta Gautama (563-483 a.C.), foi fundador de uma das maiores religiões asiáticas. É encarado como o sexto (segundo outras tradições, vigésimo oitavo) de uma série de budas que, conforme a doutrina, prosseguirá para todo o sempre. Buda é também o título dado pelos adeptos do budismo a quem alcança a iluminação, livrando-se do sofrimento humano e do processo de transmigração das almas. 

Nobolo Mori ingressou como membro titular da Academia de Medina de São Paulo, em 26 de abril de 1984, tornando-se membro emérito e o primeiro ocupante da cadeira no 66, cujo patrono é Antônio Cândido de Camargo, que também presidiu esse sodalício num mandato anual entre 1915-1916.