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Biografia

Pedro Ayres Netto

Pedro Ayres Netto nasceu aos 29 de junho de 1904. Era filho de José Ayres Netto2 e de Cacilda de Moraes Ayres Netto. Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), concluindo-o em 1930. Graduou-se em 2 de fevereiro de 1931, depois de defesa de tese que foi aprovada com grande distinção.

Enquanto acadêmico na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, foi interno da 1ª Clínica de Mulheres, em janeiro de 1926, e, assistente médico voluntário, lotado na 1ª Clínica Cirúrgica de Mulheres, Serviço do dr. Ayres Netto, desde de outubro de 1930. Ainda na condição de doutorando, recebeu licença de especial para exercer a medicina durante o período revolucionário, recebendo voto de louvor pela atuação no referido plantão. 

Pedro Ayres Netto serviu como 1º tenente médico, comissionado na frente norte, durante toda a Revolução Constitucionalista de 1932. 

Na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, berço da cirurgia paulista, Pedro Ayres Netto tornou-se pioneiro, no Brasil, na década de 1930, do uso de anestesias com protóxido de azoto, utilizando-se de equipamento importado da S. S. White Dental. 

No Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho teve os seguintes cargos: médico estagiário do Serviço de Ginecologia (1931); primeiro assistente do Serviço de Ginecologia e Cirurgia Geral (1953), onde ficou encarregado de chefiar a radioterapia ginecológica; chefe emérito (1972); diretor presidente por três triênios consecutivos de (1964-1975); e representante nacional e internacional em diversos congressos de cancerologia, nos quais apresentou temas referentes ao câncer do aparelho genital feminino, quer como coordenador quer como participante de mesas-redondas. 

Pedro Ayres Netto tornou-se estagiário na Maternidade de São Paulo em 1934. Aí trabalhou e galgou a condição de chefe de clínica obstétrica, exercendo o cargo de 1956 a 1979, sendo que, em 1960, presidiu o Centro de Estudos desse hospital. 

Dentre os outros cargos e funções que ocupou salientam-se: membro do Conselho Técnico (1953-1955 e reeleito de 1956-1958); diretor clínico interno dos Hospitais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (outubro de 1957 a 20 de janeiro de 1958); representante do corpo clínico da Santa Casa para compor o conselho dirigente da Faculdade de Enfermagem São José (1951-1978); professor pleno do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; chefe de clínica emérito da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1973. 

Na Acadêmica de Medicina de São Paulo, Pedro Ayres Netto tornou-se titular por concurso, na Secção de Cirurgia Geral, em 15 de dezembro de 1934; presidente durante um mandato anual entre 1948-1949; e membro emérito em 1953. Nesse silogeu, juntamente com Carlos Gama e Oscar Cintra Godinho, foi o editor dos Anais do Segundo Congresso Médico Paulista (1945). Na condição de sócio titular da Associação Paulista de Medicina, sagrou-se delegado eleito na Assembléia Geral, nos períodos de 1951-1952 e de 1953-1954; presidente da Comissão Social do 2º Congresso Latino-Americano de Obstetrícia e Ginecologia, e do 4º do Congresso Brasileiro de Obstetrícia e Ginecologia. 

Na condição de membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões exerceu a função de secretário-geral (1945-1947) e 5º mestre do Capítulo de São Paulo (1949- 1951). Em seu mandato promoveu algumas sessões científicas e a entidade totalizava 45 membros. Foi sucedido por Eurico Branco Ribeiro , que atuou como mestre do Capítulo de São Paulo de 1951-1953. 

Pedro Ayres Netto foi também membro fundador do International College of Surgeons, onde fez demonstrações em congressos da entidade. Trabalhou durante muitos anos na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, tendo sido o 2o vice-provedor no triênio 1984-1987. Faleceu em 31 de julho de 1991, aos 87 anos.

NOTAS:

Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

José Ayres Netto presidiu a Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante dois mandatos anuais não consecutivos entre 1919-1920 e 1934-1935, e é o patrono da cadeira nº 105 desse silogeu.

O Capítulo de São Paulo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões foi fundado em 7 de julho de 1941 e instalado solenemente em 5 de novembro de 1941. Teve como primeiro mestre (1941-1943) o insigne cirurgião Benedicto Augusto de Freitas Montenegro, presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1952- 1953, e o patrono da cadeira nº 21 desse silogeu.  

Eurico Branco Ribeiro foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1954-1955, e é o patrono da cadeira nº 114 desse silogeu.