PortugueseEnglishSpanish
Biografia

Raul de Aguiar Ribeiro

Raul de Aguiar Ribeiro nasceu na cidade de Jequié (BA), em 12 de setembro de 1925. É filho de Adolfo Ribeiro e de Virgínia de Aguiar Ribeiro. 

Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia em 1951. Aprimorou-se em cardiologia e obteve o título de especialista em cardiologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) em 1963. 

Emigrou de sua cidade e fez sua inscrição no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), sob o número 5.507, em 20 de novembro de 1957. 

Radicou-se no interior, em São José do Rio Preto, e poucos anos depois já se destacava no meio médico, tendo sido presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia – Regional de São José do Rio Preto, em 1955; presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São José do Rio Preto, filiada da Associação Paulista de Medicina (1959- 1962, e reeleito em 19662 ); e diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia por duas gestões (1960-1962 e 1964-1966). 

Juntamente com cinco colegas idealizou e trabalhou para que São José do Rio Preto tivesse uma faculdade de medicina. Esse desejo afetou as cidades vizinhas e propiciou condições favoráveis para que, um movimento encabeçado por Raul de Aguiar Ribeiro, instituísse, em 18 de fevereiro de 1967, a Fundação Regional de Ensino Superior da Araraquarense (Fresa)3 , que beneficiaria o sistema de saúde de diversas cidades. Com o apoio de parcerias de investimentos privados e municipais, o sonho da criação da faculdade foi se tornando cada vez mais real. Em 30 de janeiro de 1968 o Conselho Federal de Educação autorizou o funcionamento da Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto (Farme), tendo o apoio hospitalar da Santa Casa de Misericórdia. 

Raul de Aguiar Ribeiro também se empenhou para que começasse a funcionar em 1967, o Hospital de Base. Além de diretor da Fresa (1967-1974) foi também o primeiro diretor da Farme . 

Em 1967 foi um dos fundadores do Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC) de São José do Rio Preto , e, em 1971, tornou-se chefe da clínica de cardiologia do Hospital Infante D. Henrique da Beneficência Portuguesa. 

Fez parte da organização de eventos, tendo como exemplo o Congresso Médico do Oeste Paulista, em 1969 . 

Além de sua pujante atuação na área médica, Raul de Aguiar Ribeiro foi presidente do Conselho Deliberativo do Automóvel Clube (1964-1968 e 1970-1971; e conselheiro vitalício) e teve participação política. Foi eleito vice-prefeito de São José do Rio Preto na gestão de Wilson Romano Calil (janeiro de 1973 a dezembro de 1976), assumindo a condição de prefeito entre 29 de abril de 1976 a 29 de maio de 1976.

Raul de Aguiar Ribeiro, vice-prefeito de São José do Rio Preto.  

Teve participação nos seguintes trabalhos científicos: “Detalhes Técnicos em Reoperações por Lesões Valvares ”; “Banda Anômala Obstrutiva de Ventrículo Direito. Detalhes Técnicos e Resultados Cirúrgicos em 17 Casos”; “Acompanhamento de 991 Pacientes Portadores de Marca-Passo Cardíaco Artificial Multiprogramável”; e “Estreptoquinase Intravenosa no Infarto Agudo do Miocárdio”. 

Raul de Aguiar Ribeiro ingressou na Academia de Medicina de São Paulo em 27 de outubro de 1966, galgando a condição de membro honorário desse sodalício. Recebeu em 25 de maio de 2006, homenagem do Cremesp pelos 50 anos de atividade profissional pautada no exercício ético da medicina. 

Teve a honra e a alegria, em vida, de ter seu nome perenizado no anfiteatro central da Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto – Anfiteatro Central Raul de Aguiar Ribeiro. Ademais, dá nome a uma Praça no Jardim Belo Horizonte, em São José do Rio Preto – Praça Doutor Raul de Aguiar Ribeiro. 

NOTAS:

Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

O Estado de S. Paulo – edição de 18 de dezembro de 1966, página 35. 

Posteriormente denominada Funfarme – Fundação Faculdade Regional de Medicina. 

O Hospital de Base passou a ser mantido pela mensalidade dos estudantes de medicina. Nessa época funcionava num pequeno prédio de três andares, atendendo trabalhadores rurais e indigentes. Como não havia pessoal disponível com formação em enfermagem, quem prestava assistência era a Associação das Moças de Cor, composta por mulheres negras. Na década de 1980 essa estrutura era de difícil manutenção apenas com a mensalidade dos alunos, sendo necessárias campanhas para arrecadar fundos. 

O Estado de S. Paulo – edição de 22 de julho de 1967, página 11; O Estado de S. Paulo – edição de 22 de junho de 1969, página 14; e O Estado de S. Paulo – edição de 19 de maio de 1970, página 20. 

O Estado de S. Paulo – edição de 12 de dezembro de 1987, página 21. 

O Estado de S. Paulo – edição 26 de agosto de 1969, página 22. 

Em coautoria com Aldemir Bilaqui, Domingo Marcolino Braile, José Dalmo de Araújo, J. C. Anacleto, Adalberto Menezes Lorga, Álvaro José Bellini, Oswaldo Tadeu Greco, José Luiz Balthazar Jacob, Roberto Vito Ardito, Jose Carlos Aidar Ayoub, N. M. Fedozzi, L. Moreira, José Carlos Nicolau, M. L. Cortez e S. R. Garzon. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 37 (4): 309-314, 1981. 

Em coautoria com Aldemir Bilaqui, Domingo Marcolino Braile, Roberto Vito Ardito, José Luiz Balthazar Jacob, L. Moreira, Adalberto Menezes Lorga, Álvaro José Bellini, José Carlos Nicolau, Oswaldo Tadeu Greco, J. C. Anacleto, José Dalmo de Araújo, N. M. Fedozzi, José Carlos Aidar Ayoub e Sérgio Aloísio Coimbra Garzon. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 39 (4): 275-280, 1982. 

Em coautoria com Oswaldo Tadeu Greco, Roberto Vito Ardito, Sérgio Aloísio Coimbra Garzon, Aldemir Bilaqui, Álvaro José Bellini, José Luiz Balthazar Jacob, José Carlos Nicolau, José Carlos Aidar Ayoub, Elizabeth Resende de Lima, Adalberto Menezes Lorga e Domingo Marcolino Braile. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 49 (6): 327-331, 1987.

Em coautoria com José Carlos Nicolau, Adalberto Menezes Lorga, Álvaro José Bellini, Sérgio Aloísio Coimbra Garzon, José Luiz Balthazar Jacob, Oswaldo Tadeu Greco, Nilton Carlos Machado, Ciniro Massari Neto, Roberto Vito Ardito e Domingo Marcolino Braile. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 50 (2): 87-91, 1988.