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Biografia

Yves Coppens

Yves Coppens nasceu em 1934, na região da Bretanha, na França. Foi treinado em geologia, zoologia e botânica na Universidade de Rennes, e paleontologia, com doutorado, na Universidade de Paris, Sorbonne. 

Sua carreira, a partir de 1956, foi realizada em diferentes instituições, todas elas em Paris, sucessivamente, no Centro Nacional de Pesquisa Científica (no Departamento de Paleontologia de Vertebrados e Paleontologia Humana da Sorbonne, e no Instituto de Paleontologia do Museu Nacional de História Natural); no Museu do Homem (professor e vice-diretor em 1969, e diretor em 1979). Foi eleito professor titular da cadeira de antropologia do Museu Nacional de História Natural, em 1980, e titular da cadeira de paleoantropologia e pré-história do Collège de France, em 1983. 

Yves Coppens é membro de várias instituições científicas de todo o mundo: Academia Francesa de Ciências, Academia Francesa de Medicina, Academia Real de Ciências da GraBretanha, Academia de Letras e Belas Artes da Bélgica, Academia Real de Medicina da Bélgica, Academia Europeia, Academia Nacional de Ciências de Roma, Instituto Real Antropológico da Grã-Bretanha e Irlanda (membro honorário), Royal Society of South Africa (associado estrangeiro), Academia de Malagacy (associado), Academia de Ciências e Técnicas de Marrocos (associado), dentre outras. 

Recebeu inúmeros prêmios científicos, na França, e em outros países. Na França: Prêmio Edmond Hébert de 1963, da Academia de Ciências; Prêmio André C. Bonnet de 1969, da Academia de Ciências; o Grande Prêmio Jaffé de 1974, da Academia de Ciências; o Grande Prêmio Científico de 1975, da Fundação da França; a medalha de prata de 1982, do Centro Nacional de Investigação Científica; medalha André Duveyrier de 1989, da Sociedade de Geografia; e o Prêmio de 2008, da Fundação Georges Pompidou.

Recebeu também o Prêmio Agrippa d’Aubigné de 2010, da Bélgica; a medalha Fourmarier de 1975, da Sociedade Geológica da Bélgica; a medalha Vandenbroeck de 1987, da Sociedade Belga de Geologia, Paleontologia e Hidrologia; o Prêmio Chaos de 2009, da Universidade de Liège, Bélgica; a medalha Carl Gustaf Bernhard de 1997, da Academia Real das Ciências da Suécia; e o Prêmio Kalinga de 1984, da Unesco , dentre outros. 

Yves Coppens foi honrado com doutorados honorários das Universidades de Chicago, Bolonha, Liège, Mons, e cidadanias honorárias de 29 cidades da França e Marrocos. Seu nome foi dado a um asteroide, assim como a muitas instituições, universidades, faculdades, escolas, bibliotecas, laboratórios, promoções, ruas, e a uma cadeira na Universidade de Recife (Brasil). Ele é grande oficial da Legião de Honra da França, Grand Officier du Mérite, comendador de Palmes Académiques, comendador des Arts et des Lettres , comendador da Ordem e do Mérito do Principado de Mônaco, e oficial da ordem Nacional do Chade, dentre outros títulos recebidos. 

Yves Coppens é paleontólogo de campo. Tem organizado, liderado ou coliderado muitas expedições na África tropical (quatro campanhas no Chade, 1960-1966; 10 campanhas no vale de Omo menor, na Etiópia, 1967-1976; cinco campanhas no Afar, deserto na Etiópia, 1972-1977); na Ásia (Indonésia, Filipinas, China, Sibéria e Mongólia), e muitas pesquisas no norte e no sul da África, Oriente Médio, América do Sul, bem como escavações na França, e em outros lugares. Como resultado destas pesquisas de campo, ele recolheu toneladas de vertebrados fósseis, centenas de hominídeos (ele assinou ou coassinou seis novos tipos de hominídeos), e é claro, obteve uma quantidade impressionante de dados. 

Sua pesquisa é focada na paleontologia dos vertebrados (Proboscidianos, Hippos), seu significado em paleoambientes, climas e biocronologia, bem como sobre paleoantropologia (A Historia do Homem). Ele é famoso por suas hipóteses, mostrando as correlações entre a evolução dos hominídeos e a evolução dos ambientes. A “East Side Story”, de 10 milhões de anos, não foi confirmada, mas, geograficamente, o evento do H (Omo) de 2,7 milhões de anos foi mundialmente adotado. Seu laboratório também foi pioneiro em muitas pesquisas importantes sobre a anatomia funcional do hominídeo primitivo (demonstração de início duplo, locomoção bípede e arbórea de alguns deles, o Australopithecus afarensis e Orrorin tugenensis). Ademais, é autor ou coautor de mais de 1.000 artigos científicos e livros. 

Professor Yves Coppens escreveu o capítulo primeiro intitulado “Estamos em Pé há 10.000.000 de Anos”, no livro referência em língua portuguesa sobre a dor lombar: “Conceitos Avançados em Doença Degenerativa Discal Lombar”, dos autores João Luiz Pinheiro-Franco, Alexander Vaccaro, Edward Benzel, Michael Mayer. 

No Brasil, em 2013, ele proferiu cinco conferências, a saber: três no Congresso Brasileiro de Cirurgia da Coluna Vertebral, em Florianópolis; uma no Colégio Francês, de Sao Paulo – Lycée Pasteur; e uma na Academia de Medicina de São Paulo.

Professor Yves Coppens foi, em maio de 2014, um dos cientistas participantes do evento no Vaticano, da Academia Pontifical de Ciências – Sustainable Humanity, Sustainable Nature –, juntamente com nomes consagrados de diversas áreas da ciência internacional, Prêmios Nobel, cardeais, assim como o Papa Francisco. 

Tornou-se membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo, em 30 de abril de 2015 . 

NOTAS:

Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

O acadêmico Yves Coppens faleceu em 22 de junho de 2022, aos 87 anos.

Unesco : Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 

A solenidade de sua posse, juntamente com outros seis titulares, ocorreu no anfiteatro nobre do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Por motivos de saúde, Yves Coppens não pôde comparecer, sendo representado pelo acadêmico João Luiz Mendes Carneiro Pinheiro-Franco.