Lúcio Antônio Prado Dias – Bem-vindo à Abrames!
“O homem não nasceu para a morte:
o homem nasceu para a vida e para a imortalidade.”
Ariano Vilar Suassuna (1927-2014) advogado, escritor e professor, membro das Academias Brasileira de Letras, Pernambucana de Letras e Paraibana de Letras.
Ilustríssima acadêmica Fátima Darcinete de Almeida Ribeiro, presidente da Abrames.
Ilustríssimos acadêmicos ex-presidentes da Abrames aqui presentes: Juçara Regina Viégas Valverde e Leslie de Albuquerque Aloan
Caríssimo acadêmico Antônio de Oliveira Gutman, minha fraterna e especial saudação, pois, juntamente com os acadêmicos Coracy Teixeira Bessa (BA), Milton Hênio Netto de Gouveia (AL), Murillo Côrtes Drummond (RJ) e Francisco Michielin (RS) somos os únicos membros fundadores ainda vivos da Abrames! Em seu nome saúdo todos os acadêmicos deste venerável sodalício.
Caríssima acadêmica honorária Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini, minha querida esposa, em seu nome saúdo todos os convidados presentes.
Ilustríssimo recipiendário e amigo Lúcio Antônio Prado Dias.
Conheci Lúcio Antônio Prado Dias há cerca de três lustros e, pela nossa afinidade, parece que faz muito mais tempo! Foi na Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Sobrames, entidade que nutro grande carinho e gratidão, pois além de me ter facultado conhecer grandes escritores, poetas e intelectuais, muito me estimulou no desenvolvimento de minha aptidão literária. Diga-se de passagem, foi também através da Sobrames, que tive a alegria inefável de ser convidado a fazer parte integrante dos membros fundadores da querida Academia Brasileira de Médicos Escritores – Abrames,sodalício fundado em 17 de novembro de 1987 – dia e mês de nascimento de Manuel Antônio de Almeida (1830-1861) – seu patrono, e instalado solenemente no Palácio da Cultura Gustavo Capanema, em 26 de maio de 1989, cujo vídeo desse memorável acontecimento, encontra-se disponível na página eletrônica da entidade – constituindo-se, na minha modesta opinião, na maior relíquia deste insigne sodalício!
Lúcio Antonio Prado Dias, recipiendário que hoje toma posse como quinto ocupante da cadeira no 3, sob a patronímica do oftalmologista, professor e escritor José Antônio de Abreu Fialho (1874-1940), na vaga deixada pelo saudoso cearense e também oriundo da Sobrames José Maria Chaves (1937-2024), é sergipano e natural de Aracaju. Nascido em 11 de agosto de 1954, teve por pais Antônio Conde Dias, jornalista, e Natália Prado Dias.
Influenciado pelos seus irmãos Marcos e Magali, médicos, também resolveu dedicar-se à arte hipocrática, graduando-se na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, em 1978, curiosamente, no mesmo ano em que também me graduei. Além da clínica médica, especializou-se em gastroenterologia, medicina do trabalho e gestão empresarial, procurando sempre aprimorar suas habilidades.
Lúcio Dias, inspirado pelo seu pai, começou a se desenvolver na arte literária ainda adolescente, ocasião em que foi cofundador do boletim do grêmio estudantil de sua escola, em 1966, nos turbulentos anos iniciais da ditadura militar, quando vigorava grande censura.
Lúcio Dias manifestou também grande aptidão, competência e comprometimento com a vida médica associativa. Ainda enquanto um jovem médico, presidiu por dois mandatos a Sociedade Médica de Sergipe (1993-1995 e 1995-1997), período em que implementou inovações que deixaram um importante legado, dentre as quais, a criação de um Departamento de Convênios, que facultou aos médicos melhores condições de trabalho e remuneração. Em decorrência de sua esmerada administração, foi convidado a integrar a diretoria da Associação Médica Brasileira (AMB), na gestão liderada por Eleuses Vieira de Paiva (2000-2002 e 2003-2005). Nessa entidade, além de ter atuado na equipe que desenvolveu a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – marco na organização dos serviços de saúde no país –, exerceu também os cargos diretor cultural, vice-presidente e diretor de economia médica.
Em 1994 tornou-se membro fundador da insigne Academia Sergipana de Medicina, sodalício em que foi o terceiro presidente (1999-2021). Ainda na área médica associativa, atualmente, integra a Comissão Nacional de Humanidades Médicas do Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo do núcleo gestor do Blog “Humanos” dessa entidade.
Dentre as comendas recebidas pelos relevantes serviços prestados salienta-se a Medalha Nacional do Mérito Médico.
Lúcio Prado igualmente se destacou como curador do Museu Médico de Sergipe, trabalhando pela preservação da história e da memória da medicina no estado. Devido ao seu grande envolvimento com a cultura e artes sergipanas, tornou-se também membro da Associação Sergipana de Imprensa, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Movimento Cultural “Antônio Garcia Filho”, bem como, em 2016, conquistou por seus méritos, o escrutínio a ser o terceiro ocupante da cadeira no 36 da veneranda e centenária Academia Sergipana de Letras, fundada em 1o de junho de 1919, e tendo por patrono o filólogo, jornalista e político Brício Maurício Cardoso de Azevedo (1844-1924).
Recentemente, foi-lhe outorgado o título de membro benemérito da Academia Sergipana de Educação e da Federação Brasileira de Academias de Medicina – Fbam.
No que concerne à Sobrames – Regional do Estado de Sergipe, revelo uma curiosidade. Quando tive a oportunidade e a honra de presidir essa entidade em nível nacional, ainda no crepúsculo do milênio passado (1998-2000), muito insisti a que o proctologista e escritor Marcos Aurélio Prado Dias, irmão do Lúcio, fundasse uma regional em seu estado. Nessa época não conhecia o Lúcio. Devido aos meus insistentes apelos, Marcos Prado Dias fundou a Sobrames de Sergipe, em 16 de maio de 2000, e a presidiu até 23 de março de 2009, afastando-se por motivo de doença e vindo, lamentavelmente a falecer, em 2012, aos 68 anos!
Lúcio Antônio Prado Dias foi eleito presidente dessa regional, em assembleia realizada em 26 de maio de 2014, e desde então, tem cumprido extensa folha de serviços realizados, entre eles: Criação do boletim “Pr (Escrever)”, periódico em que também é seu editor, trazendo a lume dezenas de edições; Criação de Antologias e lançando um volume a cada ano, que receberam os seguintes títulos: “Vida”, “Humanidades”, “Sentidos”, “Sinais”, “Prescrições”, “Emoções”, “Resiliência” e, neste ano “Percepções” (2024). Não se pode também olvidar da organização exemplar de uma jornada literária realizada pela Sobrames Sergipe, de âmbito nacional, em Aracajú, sob sua coordenação, por ocasião do cinquentenário de fundação da Sobrames, em 2015!
Ademais, no 29o Congresso da Sobrames realizado recentemente em Recife (PE, 16 a 19 de outubro de 2024), Lucio Prado Dias, graças à sua liderança, competência e produtividade, foi eleito presidente da Sobrames nacional para o biênio 2025-2026.
Dentre outras produções literárias de Lúcio Antônio Prado Dias, salienta-se a publicação do monumental tratado “Dicionário Biográfico de Médicos de Sergipe” (2010), em coautoria com os médicos e acadêmicos Antônio Samarone de Santana e Petrônio Andrade Gomes. Trata-se de uma obra única em todo o país, que se propôs a guardar para a posteridade, na forma de verbetes, centenas de registros biográficos sobre médicos que nasceram ou atuaram em Sergipe nos séculos XIX e XX, constituindo-se importante fonte de dados para professores e pesquisadores.
Em 2023, para celebrar o centenário de sua mãe, Natália Prado Dias, Lúcio publicou Os Sonhos Mais Lindos. Recentemente, especificamente em 15 de agosto deste ano, Lúcio Prado lançou mais um livro intitulado “Pessoas, Fatos & Circunstâncias”, obra de quase 300 páginas, repleta de crônicas que atestam sua grande capacidade de traduzir nas letras, de forma leve e atraente, suas observações e interação com algumas efemérides e pessoas ao longo dos anos. O autor também apresenta memórias afetivas de familiares e amigos, assim como passagens interessantes que vivenciou. Suas narrações cativam e envolvem o leitor desde as primeiras linhas! Ademais, o livro é ilustrado em vários capítulos, não somente com fotos, mas também com imagens e vídeos acessados através de QR-code.
A vida pessoal de Lúcio Prado é igualmente bela e edificante. Casou-se com a médica pediatra Cristina Maria Garcia Dias, com quem constituiu uma linda e sólida família, cujo amor reinante foi elegantemente sintetizado no verso do poeta, diplomata, compositor e cantor Vinícius de Moraes (1913-1980): “O amor é imortal, posto que é chama”. Dessa perene união nasceram três queridos filhos: Lúcio Garcia Dias, anestesiologista; Marcela Dias Cerqueira, psicóloga e colaboradora do Tribunal Regional Federal; e Bruno Garcia Dias, urologista. A esses três tesouros foram agregados ao casal “novos filhos do coração” – as noras Luciana e Gabriella, e o genro Dhenio, que lhes proporcionaram a alegria de cinco netos: Larissa, Daniel, Lucas, Luan e Clara.
“O homem de valor nunca morre. Seus exemplos e suas obras atestam a sua imortalidade”, consignou o contemporâneo analista educacional mineiro Hélder Sena de Sousa. Caríssimo e ilustre colega Lucio Antônio Prado Dias – Os confrades e confreiras da Academia Brasileira de Médicos Escritores – Abrames, rejubilam-se com sua eleição e ingresso neste venerando e mui querido sodalício! Todos temos certeza de que a entidade ficará ainda mais fortalecida e pujante com a sua presença. Seja muito bem-vindo ao nosso convívio e tome posse como titular da cadeira no 3, conquistada pelos seus próprios méritos!
Parabéns!
Muito obrigado.
Helio Begliomini[2]
[1] Discurso de saudação proferido em sessão de gala, no auditório nobre “Júlio Sanderson” do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro – Cremerj, em 8 de novembro de 2024.
[2] Membro titular e fundador da cadeira no 33 da Academia Brasileira de Médicos Escritores – Abrames, tendo escolhido como patrono Edgard Roquette-Pinto (1884-1954), médico legista, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e o pai da radiodifusão no Brasil.
