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Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo 50 anos, parabéns!, por Acad. Guido Arturo Palomba

14.05.2013 | Tertúlias

Em chão paulista, na primeira metade do século XIX, no bairro da Liberdade, aprendia­-se medicina e cirurgia no Hospital da Santa Casa, situado na Rua da Glória. Os estudantes moravam nas redondezas, atual Rua dos Estudantes. À época ainda não havia escola médica em São Paulo.
Quando Arnaldo Vieira de Carvalho, no milagre da multiplicação, criou a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, os alunos aprendiam com os mestres nos leitos da Santa Casa, já instalada na chácara do Arouche, local onde se encontra até hoje.
Dessa maneira, é possível dizer que a Santa Casa é o berço do ensino médico em São Paulo, honra ao aluno, ao professor e ao magistério no seu sentido mais nobre e educativo, verdadeiro apostolado de civismo e de dedicação.
Porém, na década de 1930, criou­-se a Universidade de São Paulo e os alunos migraram para o prédio da Av. Doutor Arnaldo. Na mesma década, nasceu a gloriosa Escola Paulista de Medicina, cujos alunos, no início, frequentavam as enfermarias da Santa Casa, até instalarem­-se, definitivamente, na década de 1950, no Hospital São Paulo, na Vila Clementino. Na mesma década, o Hospital das Clínicas ficara pronto. Assim, o berçário do ensino e das primeiras escolas médicas, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, sem estudantes na década de 1950, carecia da até então presente união do mestre a ensinar com o discípulo a aprender, que ao paciente beneficia.
E aqui um preito de louvor a Celestino Bourroul (e ao seu imortal filho, José Celestino Bourroul, saudoso Mordomo da Irmandade), o Médico Santo, um dos padroeiros do ensino, que tanto lecionou na colenda Casa de corredores góticos.
Não tardou para que grandes vates da medicina se unissem em prol da materialização do sonho imorredouro da criação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O imenso Walter Edgard Maffei foi uma das vozes que lideraram o movimento, até que excelsa plêiade de educadores enviou documento à Provedoria da Irmandade, solicitando “ensino médico nesta Santa Casa, visto que, segundo verificação universal, hospital em que não se pratica o ensino e de onde é banido o estímulo ao estudo e ao rápido esclarecimento aos casos clínicos rapidamente se transforma em mero depósito de doentes”1.
Em outubro de 1962, a Provedoria aprovou a criação da Faculdade e, em 24 de maio de 1963, foi proferida a Aula Magna, por Pedro Calmon, Reitor da Universidade do Brasil, a inaugurar a novel Escola.
Emilio Athié, Renato Woiski, Adauto Barbosa Lima, Stanislau Krynski, Waldemar de Carvalho Pinto, João Fava, Ernani Rolin, Valdir Golin, mestres e discípulos que se tornaram mestres, diretores nestes 50 gloriosos anos de ensino, em
Ata de 20 de abril de 1956, livro 36, p. 1.169, disponível em: www.femscsp.edu.br, acesso: em 4/4/2013.
vossas excelsas pessoas os cumprimentos pela efeméride, extensivos a todos os alunos formados e formandos, professores, funcionários, colaboradores e, especialmente, aos doentes que um dia, internados ou de passagem pela Misericórdia, com suas dores e sofrimentos, contribuíram à ars longa do saber médico.
Parabéns pelos 50 anos, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.