Notícias

Acadêmicos foram homenageados pela APM

01.12.2025 | Acadêmicos

Em comemoração aos 95 anos, APM presta homenagem em vida aos seus ex-presidentes e Acadêmicos Nelson Guimarães Proença, Eleuses Vieira de Paiva, Jorge Carlos Machado Curi, Florisval Meinão e José Luiz Gomes do Amaral receberam reconhecimento

“Há exatos 95 anos, no dia 29 de novembro de 1930, nossa entidade estava sendo criada, no anfiteatro da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, à época localizada na Rua Brigadeiro Tobias, 42. Ao longo dos anos, a APM cresceu, porém, mantendo sempre os princípios éticos e de representatividade de seus fundadores”, falou o presidente da Associação Paulista de Medicina, o Acadêmico Antonio José Gonçalves, no início da cerimônia de homenagem em vida aos ex-presidentes da entidade.

“Sem sombra de dúvidas, a pujança e a tradição da Associação Paulista de Medicina se devem ao trabalho de seus presidentes, diretores e delegados ao longo dos anos. Além dos muitos que já nos deixaram, temos a sorte de ter entre nós cinco brilhantes colegas que presidiram nossa APM, os quais homenageamos hoje”, complementou Gonçalves.

Nelson Guimarães Proença
Foi presidente da APM nas gestões de 1981 a 1983 e de 1987 a 1989. Entre muitos outros feitos, em sua primeira gestão tivemos a fundação das Regionais de Guarujá, Andradina, Ilha Solteira, Mogi Guaçu, Birigui, Itapira, Santa Bárbara D’Oeste e Pirassununga e o início das atividades de assessoria de imprensa na APM, que até hoje rendem muitos frutos à entidade. Já em sua segunda gestão, foi criada a Regional de Lençóis Paulista e reformados três anfiteatros de nossa sede. O período também foi marcado pela Constituição de 1988 e pela criação do Sistema Único de Saúde, que sem sombra de dúvidas mudaram a Saúde e a atuação dos médicos em nosso País.

“Em primeiro lugar, cabe fazer um agradecimento a todos os colegas e à sua administração pelo convite feito a este já idoso médico, que está hoje fazendo a contagem final para chegar ao centenário. Compreendo perfeitamente a importância da discussão sobre o que há de novo na Medicina, mas o que há de novo muitas vezes pode ser comprometedor do ponto de vista da sua realização. Então, não podemos esquecer nunca que conhecer o doente é tão fundamental como conhecer a doença. Estamos vivendo um tempo em que a tecnologia está substituindo o humanismo dentro da Medicina”, afirmou Proença.

Eleuses Vieira de Paiva
“Entre os anos de 1995 e 1999, nossa entidade foi presidida, em duas gestões, pelo estimado Eleuses Vieira de Paiva, oriundo de nossa Regional de São José do Rio Preto e atual secretário de Estado da Saúde de São Paulo, e que por conta de sua agenda apertada não conseguiu estar conosco nesta manhã”, destacou o presidente da APM.

Em suas gestões, a APM se beneficiou com a fundação das Regionais de Itatiba, Leme e Taquaritinga, lançou a revista científica Diagnóstico e Tratamento, inaugurou sua Biblioteca e criou os projetos Chá com Cinema e Cine Debate, que permanecem ativos e exitosos até os dias atuais. Os esforços da classe médica também foram fundamentais para a publicação da Lei 9.656, em 1998, que alterou os rumos da saúde suplementar brasileira.

Jorge Carlos Machado Curi
A Regional de Campinas foi responsável pela ascensão de Jorge Carlos Machado Curi, que presidiu a APM Estadual por duas gestões entre 2005 e 2011, período no qual houve a fundação das Regionais de Piraju, Campos do Jordão e Santa Fé do Sul; a inauguração do Espaço Maracá, o lançamento do Clube de Benefícios, da nova marca da APM e da missão, visão e valores da entidade, além da conquista do primeiro fator de impacto da São Paulo Medical Journal.

“Essa questão dos avanços tecnológicos, medicamentos etc. é muito bem-vinda, mas precisa ser conciliada com essa humanização na relação com os pacientes que nós temos que preservar. Eu aprendi uma coisa aqui nessa casa, que mantendo a diversidade das nossas Associações, Conselhos e Sindicatos, poderíamos manter essa união dos médicos, e essa força política de preservar essa Medicina. Ameaças continuarão existindo, mas temos que nos manter unidos, até com as nossas diferenças, para preservar essa missão”, discursou Curi, que recebeu seu certificado de agradecimento de João Sobreira de Moura Neto, vice-presidente da APM.

Florisval Meinão
As duas gestões entre 2011 e 2017 foram conduzidas por Florisval Meinão, tendo como principais marcos a fundação da Regional de Barueri, o fortalecimento do trabalho da Comissão Estadual de Negociação de Honorários, a inclusão do seguro de vida com diária de incapacidade temporária gratuito aos associados e o início das obras do Residencial APM. A intensa atuação da APM no período também foi fundamental para a promulgação da Lei do Ato Médico, para a inclusão da classe médica no Simples Nacional e pela publicação da Lei 13.003/14.

“Fiz a minha residência médica no Hospital do Servidor Público Estadual, e isso me trouxe aprendizados que nortearam a minha vida como médico. O primeiro é que nós temos que estar bem formados e nos atualizarmos para podermos dar um bom atendimento aos nossos pacientes. E também que temos que lutar pela nossa profissão. Embora a gente evolua muito no conhecimento científico, a nossa profissão foi perdendo muito espaço. Em 1995, o José Luiz, eu, o Eleuses, o Toninho e outros viemos para a Associação Paulista de Medicina com essa proposta, de defender o médico no seu espaço de trabalho e a Medicina de qualidade. Esse grupo se mantém até hoje e tem esses dois parâmetros como pilares. Me sinto muito confortável nesta casa e agradeço a Deus a oportunidade”, enalteceu Meinão, que recebeu seu certificado de agradecimento de Paulo Cezar Mariani, secretário geral da Associação Paulista de Medicina e conselheiro do Cremesp.

José Luiz Gomes do Amaral
“Com quatro mandatos na nossa APM, entre muitos outros cargos notáveis que já ocupou, a exemplo da presidência da Associação Médica Mundial, José Luiz Gomes do Amaral contribuiu e ainda contribui muito com nossa Associação. Em suas duas primeiras gestões, entre 1999 e 2005, foram criados os projetos Música em Pauta, Música nos Hospitais e Prêmio Doutor Cidadão, além da inauguração do Museu de História da Medicina e do lançamento do primeiro site da APM. Após anos de luta da classe médica, também foi instituída a CBHPM neste período”, relembrou Antonio Gonçalves. Já nas duas gestões entre 2017 e 2023, foi criado o Núcleo Regional de São Roque, inaugurado o Edifício Dr. Florisval Meinão, residencial anexo ao prédio da sede da entidade, criado o Instituto de Ensino Superior da APM e lançado o Hotel Fazenda, antigo Clube de Campo.

Em seu discurso, Amaral enfatizou que o que aconteceu em cada gestão não significa que aquilo teve início e fim naquele período: “Isso aqui é uma corrida de revezamento, então se você chegou naquele ponto, é porque alguém atrás de você correu também, e se você continua é porque tem outros que estão correndo. É muito interessante observar, por exemplo, que o Residencial APM foi inaugurado na minha gestão, mas foi obra inteira do nosso caríssimo Florisval Meinão. Nas minhas gestões, eu aproveitei as qualidades de muitos dos que estavam conosco”.

De acordo com ele, uma gestão tem três fases, de planejamento, de execução e de garantir a continuidade. “Nós tivemos muita sorte, muita conversa e muito diálogo nos últimos anos, o diálogo que começou lá atrás com o Eleuses. Eu tenho duas famílias, a minha de origem e essa minha segunda família da APM. Estou aqui olhando o semblante de todos e me dá aquele inconformismo por não poder citar o que eu vivi com cada um de vocês. Agradeço muitíssimo a cada um”, celebrou antes de receber seu certificado de agradecimento de Akira Ishida, vice-presidente da APM e diretor Administrativo da AMB.

Texto: Comunicação – Associação Paulista de Medicina – Adaptado.

Fotos: José Luis da Conceição